Temer retira servidores estaduais e municipais da reforma da Previdência
- por GUSTAVO URIBE
- 23 de mar. de 2017
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Na tentativa de diminuir a pressão contra a reforma previdenciária, o presidente Michel Temer anunciou nesta terça-feira (21) que irá retirar servidores públicos estaduais e municipais da proposta enviada pelo governo peemedebista. A decisão foi tomada com objetivo de enfraquecer o poder de mobilização contra a iniciativa, já que professores públicos e policiais civis são duas categorias numerosas que têm se posicionado publicamente contra o texto da reforma fechado pela equipe econômica. Em pronunciamento, o peemedebista disse que a proposta respeita a autonomia estadual e fortalece o princípio federativo. "Estados já providenciaram a sua reformulação previdenciária e, seria assim, uma relativa invasão de competência que não queremos levar adiante", disse. Segundo ele, caberá agora aos governos estaduais e municipais elaborar as suas próprias reformas estaduais. Segundo a Folha apurou, contudo, a proposta que vinha sendo discutida há semanas pelo Palácio do Planalto não agrada governadores e prefeitos. Nas palavras de um governador, com a decisão, o ônus da reforma previdenciária que antes era do governo federal agora recai sobre as gestões estaduais e municipais e poderes legislativos locais, o que poderá causar um desgaste às administrações locais. Para anunciar a decisão, o presidente convocou um pronunciamento surpresa no início da noite desta terça-feira (21). A intenção foi tentar impor uma pauta positiva diante de um dia de notícias negativas para o Palácio do Planalto. Nesta terça-feira (21), mais governos estrangeiros decidiram interromper a compra de carne brasileira e o gabinete do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato, recebeu os 320 pedidos de investigação feitos pela PGR (Procuradoria-Geral da Republica). Conforme antecipado pela coluna Painel, deputados federais buscavam empurrar a tarefa de definir as regras para a categoria para as Assembleias Legislativas. Segundo os parlamentares, a manobra facilitaria a aprovação do projeto de reforma da Previdência ao aliviar a pressão de categorias numerosas.

Fonte: Folha Online - 21/03/2017
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